O audiovisual amapaense realmente está vivendo uma boa fase. Após a
ampliação do número de salas cineclubistas, realização de vários cursos
técnicos na área e a organização de eventos específicos para o segmento, eis
que chega de Rondônia uma excelente notícia: concorrendo com mais de 200
filmes, o documentário amapaense “Entre Margens” foi um dos 81 filmes
selecionados para a mostra competitiva da 3ª edição do Festival Curta Amazônia.
O filme está concorrendo em duas categorias: a de Melhor Documentário e a
de Melhor
Produção Amazônica. Essas indicações são importantes por colocarem o
Amapá nas mostras competitivas de festivais que possuem curadoria. O estado, historicamente,
se coporta muito mais como um consumidor de audiovisual do que como um
produtor, por isso essa oportunidade de inserir as produções amapaenses no
circuito de exibição regional representa um avanço almejado e debatido por
vários realizadores locais.
“Entre Margens” é um documentário de 30 minutos produzido na Ilha de
Santana e trata da importância do barco
na cultura e no imaginário do ribeirinho amazônico. O argumento que originou o
filme nasceu como um projeto de TCC do curso de jornalismo dos então alunos da
faculdade Seama, Odivar Filho e Liliane Oliveira e, após sua aprovação, ganhou
uma versão menor e mais competitiva, buscando exatamente ser submetida às
comissões de seleção de festivais.
“Enviamos o filme para o Curta Amazônia por achar que ele tinha o
perfil desse festival, não estávamos muito confiantes porque o festival recebe
muitas inscrições do Brasil todo e de Portugal também, que bom que deu certo”,
comemora Odivar Filho, um dos diretores do documentário.
O desafio é grande mesmo, na categoria Melhor Documentário
“Entre Margens” concorre com mais 12 filmes, sendo 03 deles do Rio de Janeiro,
02 do Rio Grande do Sul, 01 do Ceará, 01 da Paraíba, 01 de São Paulo, 01 do
Paraná, 01 de Sergipe, 01 do Amazonas e 01 do Pará. Já na categoria Melhor
Produção Amazônica, o doc do Amapá entra na disputa com 06 filmes da
casa (Rondônia), 02 do nosso vizinho Pará e 01 do Amazonas.
“O fato de ter sido selecionado entre tantas produções já foi um ganho
muito importante para gente, para um trabalho de conclusão de curso, esperamos
ficar bem classificados nas duas categorias que estamos concorrendo, estamos
ansiosos”, confessa Liliane Oliveira, co-diretora da produção.
Fotos: Aog Rocha |
O Amapá fica na torcida. Fica, também, a sensação de que, aos poucos,
a sétima arte vai abrindo seu espaço na cultura do estado. Que esse seja um dos
muitos festivais que ainda exibirão trabalhos rodados nessas latitudes. Sobem
os créditos.
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